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terça-feira, 30 de agosto de 2022

COMO O MACHADO FLUTUOU?

TEXTO: 2 Reis 6:5,6

Quando um deles estava cortando um tronco, o ferro do machado caiu na água. E ele gritou: “Ah, meu senhor, era emprestado!”

O homem de Deus perguntou: “Onde caiu?” Quando o homem lhe mostrou o lugar, Eliseu cortou um galho e o jogou ali, fazendo o ferro flutuar,

INTRODUÇÃO

A marca ministerial de Eliseu são os milagres surpreendentes e este não é diferente. Mas o que podemos aprender com essa passagem e que lições aplicar em nossas vidas?

I- CONTEXTO E ANÁLISE INICIAL

1.    A escola dos profetas. Os chamados ´´profetinhas´´ estudavam juntos com o profeta quando este os visitava, pois, se encontravam com ele e se assentavam diante dele para ouvi-lo ensinar (v.1), comiam juntos (4:38-44), mas viviam nas próprias casas (4:1-7).

2.  A coordenação. Eliseu coordenava as escolas proféticas onde os moços eram chamados para o ministério e recebiam instrução. A existência dessas escolas é conhecida em Gilgal, Betel, Jericó e em Ramá, cidade natal de Samuel (1Sm 19:22-24), não descartando a possibilidade de que ele as tenha inaugurado. Tanto Elias quanto Eliseu consideravam de suma importância que a geração seguinte conhecesse o Senhor e compreendesse sua Palavra.

3. A passagem. É continuação dos relatos de 2Rs 4:44, pois, Deus abençoou a escola de Jericó de modo que o local de reunião se tornou pequeno para eles, sendo necessário aumentar as acomodações. Para isso, eles decidem ir ao Jordão cortar troncos e derrubar árvores para construírem ali um lugar para suas reuniões.

II – AS FERRAMENTAS NOS DIAS DE ELISEU

1. Eram escassas e valiosas. Ao contrário de hoje que temos à disposição, naquele tempo não havia loja de ferramentas. Os implementos de ferro eram preciosos e escassos, o que explica por que o discípulo teve de tomar o machado emprestado para ajudar a preparar a madeira.

2. Eram passivas de soltura. As ferramentas não tinham a mesma resistência e durabilidade dos dias de hoje. O ferro embotado – sem a devida afiação; exigia força dobrada do cortador, aumentando o risco de soltura (Ec 10:9,10).

Por isso Moisés deu uma lei especial referente a consequência, caso o ferro do machado se soltasse do cabo (Dt 19:4,5), indicando que solturas aconteciam com frequência.

3. Empréstimo e devolução. Ser lenhador naquela época tinha seus riscos, como o risco de vida – do cortador e de outrem; ou de perda da ferramenta. Se a lei acerca dos animais emprestados também se aplicava às ferramentas (Êx 22:14,15), o pobre discípulo teria que reembolsar o ferro perdido para quem o emprestou, o que desestabilizaria seu orçamento por um bom tempo. Sem o ferro, o discípulo não teria como trabalhar, aumentando a carga de trabalho de outra pessoa. Considerando tudo isso, a perda do ferro do machado poderia causar sérios problemas.

III- COMO O MACHADO FLUTUOU?

Jordão não é o rio mais limpo da Terra Santa (2Rs 5:12). Seria muito difícil alguém ver uma ferramenta no fundo. O profeta não “pescou” o ferro do machado com uma vara, mas com fé, atirou um galho na água onde o ferro afundou, e o Senhor levantou a ferramenta de modo que ela flutuasse na superfície do rio.

 

CONCLUSÃO

 

Deus operou um milagre especial através de um servo compassivo!

 

 

REFERÊNCIAS

 

BIBLIOTECA DO PREGADOR. LOURENÇO, André.

6 Lições sobre quando Eliseu faz flutuar o ferro de um machado.

Disponível em: https://bibliotecadopregador.com.br/licoes-sobre-quando-eliseu-faz-flutuar-o-ferro-de-um-machado/#:~:text=E%20disse%20o%20homem%20de,caiu%20o%20ferro%20do%20machado. Acessado em: 30/08/2022.

terça-feira, 23 de agosto de 2022

TRECHO - DE VOLTA A CASA DO PÃO

 Trecho breve de uma mensagem ministrada na IEPL RP em 2018.

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quinta-feira, 18 de agosto de 2022

quarta-feira, 17 de agosto de 2022

O QUE É CINGIR OS LOMBOS?

TEXTO: Jeremias 1:17

´´Tu, pois, cinge os teus lombos, e levanta-te, e dize-lhes tudo quanto eu te mandar; não desanimes diante deles, porque eu farei com que não temas na sua presença.´´

Verdade prática: Cingir os lombos era uma prática comum israelita que possui uma reflexão singular quando conhecemos seu verdadeiro significado.

INTRODUÇÃO. A Bíblia é o manual do fabricante de Deus para o homem. Em cada detalhe das Escrituras vemos o cuidado do Senhor em nos instruir, orientar e guiar para nos trazer de volta para si. Mas, a leitura bíblica depende da transposição de abismos por parte do leitor, tais como, o geográfico, linguístico, cultural, etc. Neste exemplo não é diferente. Por isso, vamos nesse artigo ultrajar o horizonte cultural e explicar tanto o significado, quanto aplicação da reflexão por trás da expressão ´´cingir os lombos´´ ou similares.

1. Considerações preliminares. Não podemos interpretar a Bíblia conforme a nossa cultura, pois, essa prática nos impede alcançar a verdadeira exegese das Escrituras. Em outras palavras, prejudica-nos a entender o que realmente o texto quer dizer. Rompendo em fé com a cultura bíblica, os hebreus tinham vestimentas distintas dos egípcios, babilônios, gregos, enfim, como acontece entre um e outro país por ocasião das diversas culturas. 

Em suma, a expressão ´´cingir os lombos´´  está ligada à veste israelita - normalmente longas até os pés, com franjas nas barras, cobertura na cabeça... e ao costume que tinham de encurtar suas vestes longas afim de que pudessem correr e ganhar melhor mobilidade - ato naturalmente difícil com as vestes até os pés. Uma metáfora prática, simples e compreensível desde o mais novo ao mais velho israelita, uma vez que se tratava de uma questão cultural, por isso a base da expressão é a veste conhecida por todos eles - um senso comum, tal como Jesus com as parábolas.
 
2. Cingir os lombos na Bíblia. As roupas israelitas eram longas, desde mulheres à homens, todos usavam vestes longas. Mas quando precisavam correr, pegavam as pontas da túnica, passavam entre as pernas e prendiam-nas ao cinto, fazendo dela uma bermuda para poderem correr ou realizar trabalhos físicos pesados, pois, só assim poderiam movimentar-se livremente. Por isso vemos muito essa expressão na Bíblia.

Assim pois o comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a páscoa do Senhor. Êxodo 12:11
 
Estejam cingidos os vossos lombos, e acesas as vossas candeias. Lucas 12:3

Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça; Efésios 6:14            

3. Cingir os lombos na prática. Significa ter pressa, preparar-se para correr, estar pronto para agir. Os judeus ´´cingiam os lombos´´ para correr tal como os brasileiros ´´arregaçam as mangas´´ para trabalhar. Quem corre geralmente tem pressa e assim a expressão se aplica em nossas vidas. Imagine Deus falando a cada vez que a expressão aparece na Bíblia ´´tenha pressa...´´, por exemplo, ´´tenha pressa em tomar a sua cruz´´, ´´tenha pressa em correr a carreira que te propus´´, ´´tenha pressa em aceitar meu Filho e voltar para os meus caminhos´´, etc. 

CONCLUSÂO. Deus disse isso para Jeremias não desanimar e correr para anunciar tudo quanto lhe ordenasse. Mesmo assim, aprendemos muito com essa expressão conhecida superficialmente por todos, mas desconhecida na íntegra por quase todos os leitores da Bíblia, que fadados ao imaginário ou supositório, deduzem ser isso ou aquilo sem ver a necessidade ou ter o interesse de buscar o sentido de origem. O vocábulo é aplicável em várias situações, mas a premissa básica é: não cultive a procrastinação - hábito de transferir pra outro dia, deixar para depois, adiar, delongar, postergar (Hb 3:15); pois, quem tem pressa - lombos cingidos; não se conforma com o mundo (Rm 12:2), tem as mãos levantadas e joelhos desconjuntados (Hb 12:12-14) e prossegue para o alvo (Fp 3:14).

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

PARDES E GUEMATRIA HEBRAICA

Pardes e Guematria Hebraica é um compilado de conceitos oriundos do Judaísmo que foram brevemente estudados pelo autor. Longe de ser uma edição de curiosidades ou metáforas do hebraico, este material vem com o intuito de informar o leitor acerca da importância do idioma e seus métodos, bem como as profundas revelações e mistérios contidos nestes preceitos.

Créditos a Chai Yeshua e Kevin Flores.

https://drive.google.com/file/

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

COMO PREGAR NA IGREJA?

TEXTO: Marcos 16:15

´´Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas.´´

Verdade prática: Os ministros de Deus devem seguir a Bíblia, saber contextualizá-la e entender como aplicá-la em sua vida cotidiana.

INTRODUÇÃO. Uma vez resgatados por Cristo, os salvos são chamados para fora, ou seja, enviados como Suas testemunhas através do Espírito Santo, também chamado Espírito de Cristo (Rm 8:9; 1Pe 1:11), uma vez que foi testemunha ocular, guiou, capacitou e acompanhou todos os passos do Messias. Se você é um pregador(a), evangelista ou missionário(a) enviado por Deus como Sua testemunha, este artigo responderá com a experiência empírica do autor - também chamada Teologia Pessoal; algumas estratégias, formas e métodos importantes sobre como pregar.

I- COM DISCERNIMENTO

1. Identificando o ambiente, os ouvintes e cenários oportunos. Parece bobagem, mas é um fator crucial se definirá se o ministro será ouvido e se a mensagem emitida por ele terá resultados ou não. Na verdade este tópico primeiro não trata de estratégias escalafobéticas, mas de princípios básicos de homilética, oratória ou falar em público que deviam ser literalmente, um ´´senso comum´´ entre o povo de Deus. 

Antes de pregar, conheça seu público alvo e o ambiente em que a mensagem será transmitida. É um culto de oração? Doutrina? Uma reunião de líderes? Uma cruzada evangelística? Um evangelismo pessoal? Público? Um seminário teológico? Uma EBD? Enfim, as ocasiões podem ser muitas, mas a preocupação deve ser a mesma: quem é o seu público alvo? em qual ambiente a mensagem será ministrada?

Grandes ministros da Bíblia conheciam esse conceito basilar. Por exemplo: 

a. João Batista. Note em Mateus 3 em seu sermão público que, antes da chegada dos escribas e fariseus, João ministrava ao povo ´´arrependei-vos, porque é chegado a vós o reino dos céus´´ (vs.2) enquanto eles confessavam seus pecados e se batizavam, até que os fariseus e companhia chegaram e logo o sermão tomou o corpo ´´Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura?´´  (vs.7). Perceba o tato de Batista ao identificar os ouvintes e o ambiente. No mínimo dois. Primeiro, o povo, disposto a ouvir, se arrepender dos seus pecados e batizar. Segundo, legalistas doutores da lei indispostos a ouvir, se arrepender e batizar tendo por pretexto serem filhos de Abraão. 

João nos ensina a mapear os dois ambientes mais comuns passivos de aplicação em nosso cotidiano. São eles:

i.  Local público. O público alvo é o povo. Com algum ou nenhum conhecimento das Escrituras. É um ambiente de ´´menor eloquência´´, afinal, os ouvintes são simples. O ideal neste caso é fazer como Jesus com as parábolas, ou seja, utilizar ou criar uma linguagem simples, conhecida e entendida por todos.

ii. Templo. O público alvo é a igreja. Com algum ou maior conhecimento das Escrituras. É um ambiente que permite ´´maior eloquência´´ - tal como Apolo (At 18:24); afinal, os ouvintes já possuem alguma experiência nas Escrituras.  

b. Paulo.  O apóstolo dos gentios é um dos, senão o principal ícone da igreja contemporânea quando o assunto é evangelismo e missões, embora o próprio não se considerasse um ´´grande pregador´´ (2Co 11:6), ainda que segundo Pedro ele discorresse sobre assuntos ´´de difícil entendimento´´ (2Pe 3:16). Seu marco ao identificar os ouvintes, ambiente e cenários oportunos foi pregar aos atenienses no areópago, aos filósofos epicureus, estóicos e utilizar o altar grego em honra AO DEUS DESCONHECIDO (At 17:18,23).

II - COM ESCOPO TÉCNICO

1. Esboço. O esboço é uma boa ferramenta de apoio para elaboração ou exposição da mensagem em templos, escolas ou seminários. Consiste num rol de anotações organizadas do sermão onde são descritas as divisões do sermão e versículos chave. Ele é a coluna vertebral, a espinha dorsal, o esqueleto da mensagem. Os tipos variam de acordo com a necessidade de cada ministro, mas geralmente, é um apoio de memória dos tópicos da mensagem e textos a serem relacionados. O ideal é que cada pregador compreenda seu próprio processo de identificação, emissão e tenha uma identidade - crie seu próprio esboço conforme a necessidade. Outro fator que pode influenciar na formação do sermão e seu esboço é o tipo da mensagem - expositiva, textual, histórica, etc.

2. Ligação dos tópicos. É muito importante que o preletor saiba como conectar os tópicos principais da sua mensagem - o mais indicado são três, para não sobrecarregar o ouvinte no caso de mais ou ser insuficiente no caso de menos. É como viajar do ponto A até o ponto C e saber que entre eles deve ter um ponto B, que os interligue de forma que o ouvinte não se perca e desanime da mensagem por falha estrutural do pregador. Essa ligação dos tópicos deve ser feita crucialmente através dos subtópicos, que devem por via de regra, convergir ao próximo tópico principal. Para ilustrar, observe uma estrutura de sermão abaixo, geralmente utilizado pelo autor:

1. TEXTO

2. INTRODUÇÃO (EXPLICAÇÃO)

NOTA: DEVE DAR LUZ À MENSAGEM E CHAMAR A ATENÇÃO DO OUVINTE

3. DESENVOLVIMENTO / TÓPICOS (EXPLANAÇÃO)

NOTA:TRÊS SÃO O MÍNIMO IDEAL

I - TÓPICO

A. SUBTÓPICO

NOTA: NÃO É OBRIGATÓRIO, MAS UMA BOA FERRAMENTA PARA CONECTAR OS TÓPICOS DA MENSAGEM. POR VIA DE REGRA, O(S) SUBTÓPICO(S) DEVEM LIGAR OS TÓPICOS. O MINIMO IDEAL É DE UM SUBTÓPICO.

II - TÓPICO

A. SUBTÓPICO 

III - TÓPICO

A. SUBTÓPICO  

4. CONCLUSÃO (APLICAÇÃO)

NOTA: ALGUNS TIPOS INCLUEM A APLICAÇÃO SEPARADAMENTE COMO NÚMERO 5, CONTUDO, NADA IMPEDE QUE O PREGADOR O FAÇA TAMBÉM NA CONCLUSÃO.

3. Oratória e linguagem corporal. O pregador precisa ter uma noção básica de oratória e ter uma boa expressão corporal ao falar em público, ainda que não tenha um curso. Segundo o estudo de Mehrabian, as palavras que usamos têm peso de 7% na comunicação, o tom de voz (tom, velocidade, volume) tem 38% e a linguagem corporal (movimentos, gestos e expressões faciais) tem peso de 55%. Princípios básicos de retórica também podem ter algum proveito.

III- COM MÉTODO PESSOAL (MEU MÉTODO ABAIXO)

1. Explicar. O escopo é diferente do método. O primeiro é o conteúdo técnico e estético. O segundo é a identidade expositiva do pregador, assim como seu próprio esboço. O primeiro método pessoal e marcante do autor em suas mensagens é explicar - utilizado ao longo da mensagem, especialmente na introdução para cativar os ouvintes.

2. Explanar. É a segunda característica marcante no desenvolvimento do autor. Sucede a introdução / explicação, uma vez que é feita especialmente na introdução. Após introduzida / explicada, a mensagem deve ser desenvolvida / explanada durante os tópicos principais da mensagem observando-se a ligação entre eles.

3. Aplicar. A última e não menos importante característica do autor e é feita na conclusão - resume toda a mensagem, como diz Salomão em Ec 12:13: ´´de tudo o que se tem ouvido...´´. Enquanto conclui a mensagem, o pregador deve se preocupar em extrair a parte prática da mensagem sobre o que exatamente deve ser aplicado pelos ouvintes.

CONCLUSÃO. Como está escrito, aprouve a Deus salvar vidas pela loucura da pregação (1Co 1:21). Uma loucura ainda que não entendida, desprezada ou atacada por muitos, mas que observa princípios racionais e lógicos para um único propósito: salvar, formar e gerar almas. Sobretudo, o fim destas coisas é que estes conceitos ajudam, mas não substituem os requisitos espirituais do pregador como a oração, meditação na palavra, consagração e intimidade com Deus. 

Leia mais sobre como pregar em nossa Apostila de Homilética - A Arte de pregar.

segunda-feira, 1 de agosto de 2022

SAULO VIROU PAULO?

TEXTO: Atos 13:9

´´Todavia Saulo, que também se chama Paulo, cheio do Espírito Santo ...´´

Verdade prática: Deus não mudou o nome de Saulo para Paulo.

INTRODUÇÃO. Além de polêmica, essa questão está no rol das frases de efeito dos pregadores que afirmam com veemência que Deus mudou ´´Saulo de perseguidor para Paulo apóstolo de Cristo´´, ideia também presente no Hino ´´Uma Flor Gloriosa´´ N°196 da Harpa Cristã, o que não é verdade segundo as Escrituras. Longe da intenção de polemizar ainda mais o assunto ou fomentar questões que o próprio apóstolo chama de ´´questões tolas, debates ou falatórios inúteis acerca da lei´´ (Tt 1:1; 3:9), esse artigo vem com o firme propósito de decretar o veredicto sobre o assunto à luz das Escrituras.

1. Nomes sinônimos na Bíblia. Comumente veremos nomes do Velho Testamento sendo transportados para o novo. Embora sejam nomes diferentes - nomenclatura e pronúncia distintas; seus significados permanecem imutáveis. Por exemplo:

i. Josué / Jesus. Primeiro exemplo de nome transportado para o NT. Aparentemente diferentes, mas possuem o mesmo significado. O nome hebraico Yeshua (Jesus) é uma forma abreviada de Yehoshua (Josué) e ambos significam ´´YHWH é a salvação´´.

ii. Miriã / Maria.  Também transportados entre os testamentos e possuem o mesmo significado. Maria veio do hebraico Myriam, que significam igualmente ´´senhora soberana´´, ´´vidente´´ ou ´´pura´´ .

 iii. Saul / Saulo. Surpreso?  Como os anteriores, ´´são o mesmo nome´´, uma vez que possuem o mesmo significado, além de serem da tribo de Benjamin (cp. 1Sm 9:21 e Fp 3:5). Saul significa ´´o implorado´´, ´´o desejado´´, ´´o solicitado´´ ou ´´o conseguido por meio de orações´´ e tem origem no nome Chaul, derivado do verbo Cha´al que quer dizer ´´pediu, solicitou, orou por´´. De igual modo, Saulo significa ´´o que foi muito desejado, pedido insistentemente, conseguido através de orações´´. Outro fator interessante que conecta as personalidades de Saul e Saulo é que por serem da tribo de Benjamin, ambos carregavam esta característica em seu labor - lobo fala de caráter arrasador, avassalador; (cp. 1Sm 18:7 com Gl 1:16).

2. Nomes sinônimos no mundo secular.  Todo mundo conhece pelo menos um ou mais nomes que são pronunciados, por exemplo, aqui no Brasil, em português e nos Estados Unidos, em inglês que fazem menção ao mesmo nome. Por exemplo:

i. Peter / Pedro. Peter significa ´´pedra´´, ´´rochedo´´, é a variante inglesa e alemã de Pedro, cuja origem é grega.  Pedro vem do grego Pétros, da raiz Petra, que significa literalmente ´´pedra´´.

ii. James / Tiago. Outro exemplo de nome transportado entre idiomas. James é uma forma anglo-escocesa para Tiago/Jaime, que deriva de Jacó e significa ´´calcanhar´´, ´´substituto´´. Tiago por sua vez significa ´´aquele que vem do calcanhar´´, uma variante de Iago e de Jacó, de origem hebraica.

iii. Jhon / João. Jhon é a forma de João em inglês e significa ´´Deus é cheio de graça´´,  agraciado por Deus´´, ´´a graça e misericórdia de Deus´´ ou ´´Deus perdoa´´.

3. MAS... E O NOME PAULO?  

Conforme o texto áureo, Deus não mudou de Saulo para Paulo, embora sua condição de perseguidor a apóstolo de Cristo tenha sido realmente mudada. Mas, por que Paulo?

Paulo significa ´´pequeno´´, ´´de baixa estatura´´  e indica uma pessoa com disposição e otimismo contagiante. O nome tem origem no latim Paullus, a partir de Paullo, que quer dizer ´´pequeno´´ ou ´´baixo´´. A origem latina do nome é explicada pelo apóstolo ter dupla cidadania - judeu e romano; ser um poliglota - falava no mínimo, hebraico, latim e grego; e ter globalizado o evangelho através de seu livre acesso pelos domínios do império romano.

CONCLUSÃO. Concluímos com a suma evidência bíblica que Deus não mudou o nome de Saulo para Paulo, pois, a Bíblia não cita que o próprio Deus tenha aparecido a ele e nesse encontro tenha mudado seu nome como fizera com outros - Abraão, Isaque e Israel; tendo o próprio Jesus o chamado por seu nome hebraico ´´Saulo, Saulo, por que me persegues?´´. Ele tinha dupla nacionalidade, consequentemente, dois nomes, sendo Saulo seu nome hebraico - quer dizer ´´desejado´´; e Paulo seu nome latino - que significa ´´pequeno´´.