"Minha herança pela graça, é a Palavra de Deus, e o meu legado, os frutos da meditação na Escritura." - Fellipe Costa
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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023
INTRODUÇÃO À CULTURA BÍBLICA
Verdade prática: A cultura bíblica é essencial para a interpretação de vários textos.
INTRODUÇÃO
A Bíblia não foi escrita no português, mas em hebraico, trechos em aramaico e em grego.
Sua cultura não é a mesma do Brasil ou dos dias atuais. Para uma exegese fiel e verdadeira do texto bíblico, em vários textos será necessário transpor os horizontes da cultura judaica.
Faremos a exegese textual nos exemplos a seguir a fim de transpor os abismos histórico, geográfico e cultural, pois, algumas passagens necessitam ser interpretadas à luz da cultura bíblica para a extração do seu verdadeiro significado.
1. Cingir os lombos – Êx 12:11; Jr 1:17; Lc 12:3; Ef 6:14
As roupas israelitas eram longas, desde mulheres à homens. Quando precisavam correr, pegavam as pontas da túnica, passavam entre as pernas e prendiam-nas ao cinto, fazendo dela uma bermuda para poderem correr ou realizar trabalhos físicos pesados, pois, só assim poderiam movimentar-se livremente. Por isso vemos muito essa expressão na Bíblia.
Essa expressão cultural judaica significa ter pressa, preparar-se para correr, estar prontidão para agir. Os judeus ´´cingiam os lombos´´ para correr tal como os brasileiros ´´arregaçam as mangas´´ para trabalhar. Quem corre geralmente tem pressa e assim a expressão se aplica em nossas vidas. Imagine Deus falando a cada vez que a expressão aparece na Bíblia ´´tenha pressa...´´, por exemplo, ´´tenha pressa em tomar a sua cruz´´, ´´tenha pressa em correr a carreira que te propus´´, ´´tenha pressa em aceitar meu Filho e voltar para os meus caminhos´´, etc.
2. O camelo no fundo da agulha – Mt 19:24; Mc 10:25
Jesus usou a expressão ´´é mais fácil passar um camelo no fundo de uma agulha...´´ referindo-se a uma passagem de Jerusalém utilizada pelos mercadores. Uma pequena porta localizada ao lado do portão principal da cidade, conhecida como ´´fundo da agulha´´.
Nela ocorria a alfândega, isto é, o controle de acesso dos mercadores, das cargas e mercadorias. Nela a passagem dos animais, principalmente dos camelos, era praticamente impossível com as cargas a bordo, assim, os mercadores tiravam as cargas dos camelos e os empurravam a fim de que passassem de joelhos pela porta, ilustrando perfeitamente a dificuldade dos ricos em entrar no reino de Deus.
3. Noventa e nove deixadas no campo - Lc 15:4-7
Outra passagem mal interpretada por muitos que desconhecem a cultura bíblica. Para a grande maioria o pastor é um louco e irresponsável que abandona noventa e nove para ir atrás de uma. Na verdade não é a assim. Pois, nos tempos bíblicos o aprisco era muito comum e servia justamente para que o pastor deixasse seu rebanho seguro e protegido, as vezes com outro pastor a fim de que procurasse sua ovelha perdida.
À noite, cada pastor levava suas ovelhas ao aprisco para que estivessem num lugar seguro onde nada ia lhes fazer mal. Ele ficava na entrada do aprisco enquanto as ovelhas entravam, e guiava-as com o seu cajado. O aprisco era construído com pedras e cada um tinha apenas uma entrada que era guardada com cuidado pelo pastor ou seu ajudante. Os muros tinham que ser fortes e altos para que os animais selvagens não pudessem pular por cima deles ou quebrá-los, e para que os ladrões não pudessem entrar para roubar. Era comum que ele se deitasse durante a noite bem na porta do aprisco para que nenhuma pessoa ou animal pudesse entrar sem que ele soubesse.
4. O cantar do galo – Mc 13:35; 14:30, 72; Lc 22:61; Jo 13:3
O Evangelho escrito por João Marcos foi destinado aos Romanos, cuja língua matriz era o latim. É comum encontrar em Marcos palavras retiradas originalmente do latim, como, por exemplo: centurião, denário, legião, pretório, açoite (lat. flagellus - referência aos açoites plumbatae e scorpione), cantar do galo (lat. gallicinium), entre outras. (Mc 5:9; 6:37; 15:15; 15:39,44,45)
Segundo a Enciclopédia da Bíblia: "O cantar do galo" era o nome da terceira vigília da noite, de meia noite às três da manhã, conforme verificado em Marcos 13:35. Cada um dos evangelhos se refere ao gallicinium, ou seja, o ´´cantar do galo´´, em conexão com o período de tempo em que Pedro negou a Jesus. (Mt 26:34,74; Mc 13:35; Lc 22:34; Jo 13:38).
Portanto não foi um galo, a ave que que cantou, mas a trombeta da guarda romana que anunciava a troca dos vigias na terceira vigília da noite, conhecida como ´´vigília do Gallicinium´´ ou simplesmente ´´vigília do cantar do galo´´. Segundo William Barcley: “Os romanos dividiam cada dia em períodos de três horas chamados “horas”. Os períodos de três horas da noite foram chamados “vigílias”. Essas vigílias determinavam o período das três horas do serviço da guarda”.
5. O amo e o servo - Jo 20:6,7
O lenço dobrado tem a ver com o "senhor e o servo". Todo menino Judeu conhecia essa tradição. Ao colocar a mesa de jantar, o servo fazia exatamente como seu senhor queria. A mesa era colocada e o servo esperava, até que o senhor terminasse a refeição.
O servo não podia retirar a mesa antes do senhor terminar sua refeição. Diz a tradição: ao terminar a refeição, o senhor se levantava, limpava os dedos, a boca e sua barba, e embolava o lenço e o jogava sobre a mesa. Naquele tempo o lenço EMBOLADO - como estavam os lençóis que envolveram o corpo de Jesus; queria dizer:
"Eu TERMINEI."
6. Recalcitrar contra os aguilhões - At 9:5; 26:14; Gl 1:1
Na agricultura judaica os bois eram confrontados por um aguilhão: um tipo de ferrão com cabo de madeira e lâmina de pedra; um instrumento longo com ponta aguda que ´´espetava´´ os bois quando desobedeciam ao pastor; ou ainda uma vara longa para o conduzir gado que tinha uma ponta de ferro bem aguçada, ou seja, termina com um bico fino. Não é nada legal para o gado ser espetado pelo aguilhão, mas era a maneira mais comum de conduzir um rebanho.
No caminho para Damasco, Jesus confrontou Saulo e o comparou a um ´´boi teimoso´´ por perseguir Sua igreja – antes da sua conversão; que ao encontrá-lo afirmou: ´´dura coisa te é recalcitrar contra os aguilhões´´ (At 9:5). Este era um provérbio muito conhecido na época e ´´recalcitrar´´ significava ´´confrontar; resistir´´. Após a sua conversão, ele mesmo citou esse provérbio conhecido refazendo as palavras de Jesus a ele ao escrever: “Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória? Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. “ (1Co 15:55,56).
7. Que quer dizer este paroleiro? - At 17:18
Paulo foi chamado pelos gregos de ´´paroleiro´´ quando esteve em Atenas pouco antes de ser levado ao areópago, que significa ´´que ou que é dado a parolas, falador, tagarela, embusteiro ou enganador´´ - como que um mentiroso e contador de histórias.
CONCLUSÃO
Os poucos exemplos acima mostram que a Bíblia está repleta de pormenores culturais, linguísticos e geográficos. Esse compilado nos mostra o quanto precisamos conhecer e estudar a cultura bíblica para que alcancemos a verdadeira exegese das Escrituras.
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023
3 CÉUS DA BÍBLIA
CONCLUSÃO
As coisas reveladas pertencem aos homens, mas as ocultas somente a Deus (Dt 29:29). O relato Paulino nos serve de estímulo para buscarmos as coisas que são de cima (Mt 6:33; Cl 3:1-5) e não nos limitarmos aos céus terreno e estelar a que estamos limitados por nossos olhos físicos, sobretudo ele nos encoraja a buscar, lutar e viver pelo céu que nos foi revelado aos olhos da fé. Como está escrito pelo próprio Paulo, Deus destinou coisas que o olho não viu, o ouvido não ouviu e nem subiu ao coração do homem o que Ele tem reservado para aqueles que o amam! (1Co 2:9)
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023
AS SETE DISPENSAÇÕES BÍBLICAS
VERDADE PRÁTICA: As sete dispensações bíblicas mostram que o homem foi contaminado pelo pecado e destituído de Deus (Rm 3:10-23).
INTRODUÇÃO
Você já ouviu falar das ´´dispensações bíblicas´´? Sabe quais são elas? Caso não, esse artigo foi elaborado de forma resumida para lhe mostrar quais são elas, sugerindo um esboço de cada uma das sete dispensações, também chamadas por alguns de dispensações históricas, dispensações da salvação ou ainda dispensações da graça, sendo a primeira nomenclatura a mais aceita. Dispensação significa repartir, distribuir, dividir ou dispensar. Portanto, nesse artigo veremos a repartição, distribuição ou divisão dos períodos bíblicos, sendo as quatro primeiras do Gênesis, a quinta de Êxodo à Atos e as duas últimas no livro de Apocalipse.
1ª Inocência (Gn 1:28 - 3:6)
A. Responsabilidade: não comer (Gn 1:26-28;
2:15-17)
B. Fracasso: comeram (Gn 3:1-6)
C. Juízo: a maldição e morte (Gn 3:7-19)
2ª Consciência (Gn 3:16 - 8:14)
A. Responsabilidade:
obedecer.
B. Fracasso: corrupção (Gn 6:5,6,11,12)
C. Juízo: dilúvio universal (Gn 6:7,13;
7:11-24)
3ª Governo Humano (Gn 8:15 - 11:9)
A. Responsabilidade: povoar e espalhar-se
sobre a terra (Gn 8:15 - 9:7)
B. Fracasso: desobedeceram (Gn 11:1-4)
C. Juízo: confusão de línguas (Gn 11:5-9)
4ª Promessa ou Patriarcal (Gn 11:10 – Ex 19:8)
A. Responsabilidade: morar em Canaã (Gn
12:1-7)
B. Fracasso: moraram no Egito (Gn 12:10; 46:6)
C. Juízo: escravidão (Ex 1:8-14)
5ª Lei (Êx 19:9; At 2:1)
A. Responsabilidade: guardar a lei (Ex 19:3-8)
B. Fracasso: violaram a lei, rejeitaram
Cristo (2Rs 17:7-20; Mt 27:1-25)
C. Juízo: dispersão mundial (Dt 28:63-66; Lc
21:20-24)
6ª Graça ou Igreja (At 2:1 – Ap 3:22)
A. Responsabilidade: receber
Cristo pela fé e andar em Espírito (Jo 1:12; Rm 8:1-14; Ef 2:8,9)
B. Fracasso: rejeitaram Cristo
(Jo 5:39,40; 2Tm 3:1-7)
C. Juízo: a grande tribulação
(Mt 24:21; Ap 6:15-17)
7ª Reino ou Milênio (Israel Restaurado – Ap
20:4)
A. Responsabilidade: obedecer e adorar a
Cristo (Is11;3-5; Zc 14:9,16)
B. Fracasso: rebelião final (Ap 20:7-9)
C. Juízo: o lago de fogo (Ap 20:11-15)
CONCLUSÃO. Em cada dispensação o homem recebe uma prova ou responsabilidade específica, mas o período termina com seu fracasso, seguido de seu juízo correspondente.