quarta-feira, 11 de novembro de 2020

A IMPORTÂNCIA DA ORAÇÃO

TEXTO: Mateus 6:6

´´Mas tu, quando orares, entra no teu aposento, e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto. E teu Pai, que vê secretamente, te recompensará.´´

Verdade prática. A oração é o oxigênio do cristão, sua força motriz e sua saúde espiritual, física, emocional e mental. Quem nutre esta prática diariamente, o faz independente das vezes, tempo, postura ou lugar. 

INTRODUÇÃO. A oração define seu futuro, se este será bem ou mal sucedido. Deus está a uma oração de distância. Aquele que durante suas lutas estiver em espírito de oração, durante a vitória se levantará para contemplar a grandeza de Deus. O Mestre por excelência foi quem nos deu o melhor exemplo, ensinando-nos como alimentar nosso relacionamento com o Pai celestial e Deus verdadeiro, que diferente dos ´´deuses´´ criados por mãos de homens, tem intelecto, vontade, sentimentos e emoções, cuja maior delas é: se relacionar conosco. Por isso, Jesus nos orienta a corresponder ao nosso Pai celestial em nosso devocional diário, isto é, na oração, diálogo, conversação com Deus. Neste artigo você verá as bases que tornam a oração uma arma tão importante ao soldado de Cristo.

I- O QUE SIGNIFICA ORAR 
1. Orar é conversar com Deus. É um diálogo mútuo e bilateral com o Pai celestial e não um monólogo unilateral (via de mão única). A etimologia da palavra oração é composta de orar - falar, dialogar com; e ação - agir, atuar. Deus tem muitas formas de falar com o homem, entre elas, através da criação, testemunho, palavra, profecia... Todavia, o homem tem apenas uma para falar com Deus: a oração!

2. Orar é ter comunhão pessoal com Deus. A única forma de sentir realmente a presença de Deus é através da oração. Ela nos torna amigos, conhecidos, filhos, íntimos, próximos do Pai celestial. Ele é onisciente de fato, sabe todas as coisas, mas seu desejo é que lhe contemos nossos sentimentos, emoções, necessidades, e tudo que acerca nossa vida. Por isso o conselho bíblico é ´´Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. ´´ - Fp 4:6; e ´´Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte; Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós. ´´ - 1Pe 5:6,7.

3. Orar não é rezar. A oração não é feita com vãs repetições ou palavras decoradas. A oração verdadeira ocorre quando o Espírito Santo intercede em nossos corações, alocando as palavras devidas que diremos em nossa oração, por isso, o Espírito Santo não apenas nos inspira a orar, mas, principalmente conduz e ´´intercede por nós com gemidos inexprimíveis´´ - Rm 8:26.

II- COMO ORAR
1. De Joelhos (Ef 3:14). Pôr-se de joelhos diante de Deus significa estar rendido, entregue, prostrado, inclinado ao Senhor.

2. De pé (2Cr 20:5,6). Josafá como rei e líder do povo, coloca-se a orar a Deus diante de toda a congregação. Esta postura na oração indica reverência, respeito, sobretudo por se tratar de um momento público.

3. Deitado (2Rs 20:2,3). Esta passagem retrata a passagem do Rei Ezequias de Judá, que naqueles dias adoeceu e estava perto da morte, acamado, recebeu a profecia do Senhor por intermédio de Isaías. Ao ouvir as palavras do Senhor, virou o rosto para a parede, orou e chorou muitíssimo.

4. Sentado (Êx 17:9-12). Durante a jornada do êxodo, os filhos de Israel foram atacados pelos Amalequitas. No dia seguinte, Moisés ordena que Josué escolha homens e saia para pelejar contra eles, enquanto isso, ele estaria no cume do outeiro intercedendo pelo povo. Para garantir a vitória plena do povo, Arão e Hur colocam Moisés sentado em uma pedra, mantendo seus braços erguidos para ganharem a batalha, pois, sempre que seus braços caíam prevalecia Amaleque.

III. É IMPORTANTE ORAR
a. No templo (Is 56:7; Mt 21:13). Todo templo dedicado a Deus torna-se uma casa de oração, seja a construção física ou nossos próprios corações. Conforme 2Cr 7:14,15, após Salomão dedicar e apresentar o templo é dito pelo Senhor que ´´Agora estarão abertos os meus olhos e atentos os meus ouvidos à oração que se fizer nesse lugar´´.

b. No particular (Mt 6:6). Fala de solitude, o momento que escolhemos orar, buscar Deus em particular em oração, consagração. A solitude é a escolha que se toma de ficar a sós por um tempo com o propósito de buscar a Deus. Não podemos confundir a solitude com solidão.

c. Em família (At 12:12). Seja na família de sangue ou espiritual, a oração é de suma importância em aspectos sociais e comunais. É valoroso aplicar esse hábito na instituição mater da sociedade, no seio da família com fins de entronizar a Deus, interceder uns pelos outros e abençoar uns aos outros.

IV. QUANDO ORAR
a. Ao deitar. Orar para agradecer a Deus o dia que vivemos, o ar que Ele nos permitiu respirar.

b. Ao levantar. Orar para suplicar a benção de Deus ao nosso novo dia, agradecer a Deus por mais um dia que Ele nos dá e pela noite que Ele nos proporcionou.

c. Em todo o tempo. Seja com expressões vocais como por palavras ou gestos, tais como, pensamento, lágrimas, o importante é estar em espírito de oração. É o mesmo que orar sempre. Vale ressaltar que, para as orações serem plenamente eficazes precisamos completá-las com a vigilância.

V. VITÓRIAS ATRAVÉS DA ORAÇÃO
a. Vitória nas tentações (Mt 4:2,3). É através da comunhão com Deus através da oração e da palavra que Deus nos concede a vitória sobre nossas tentações. Essa comunhão produz em nós maiores condições de vencermos as tentações, porquanto, o Senhor nos reveste pela comunhão que temos com Ele.

b. Vitória nas enfermidades (Mc 9:29). A oração produz a cura das doenças e moléstias que de todas as formas acometem o ser humano, seja em esfera espiritual, física, emocional ou social. Parte considerável delas, são causadas pela presença de espíritos maus, que após serem expulsos, ocasionam a cura da pessoa oprimida tal como aconteceu em diversas passagens das Escrituras (Mc 9:17-29; Lc 11:14).

c. Vitória nas dificuldades (At 27:34). Através da oração o Senhor também nos concede vitória nas dificuldades e adversidades da vida. O fato de orarmos ao Senhor não significa ausência do opróbrio, pelo contrário, este sempre haverá, contudo, a resposta do Senhor sempre vem aos que nEle confiam (Is 55:10,11; Na 1:7). Ele é o nosso bom Pastor que não nos falta! (Sl 23:1)

VI. QUANTO A ORAÇÃO, PAULO RECOMENDA
a. Orar em todo tempo, sem cessar (Ef 6:18; 1Ts 5:17). Este conselho nos remete à parábola do juiz iníquo, onde Cristo a transmitiu com intuito de ensinar a importância e o dever de orar sempre sem esmorecer (Lc 18:1). Não devemos semear a oração apenas em momentos de emergência, enfermidade ou petição, mas em todo o tempo, acompanhando a mesma com a vigilância e jejum.  Grandes homens de Deus foram bem sucedidos porque nutriam sua comunhão com Deus sem cessar, como por exemplo, Daniel que orava três vezes ao dia (Dn 6:10) e Davi, que três vezes ao dia orava (Sl 55:17) e sete vezes ao dia louvava a Deus (Sl 119:164).

b. A oração para desenvolver (Rm 12:12-14). A alegria na esperança, paciência na tribulação e benção aos que perseguem. Apenas com esta prática conseguimos desenvolver aptidões características daqueles que aborrecem o mal e se apegam ao bem. Isto conseguimos quando nos mantemos fervorosos no espírito servindo ao Senhor, assim, Ele nos permite desenvolver alegria, paciência e perseverança na oração.

c. Oração e adoração para ajudar (Ef 5:17-19). A entender a vontade do Senhor. Os íntimos de Deus recebem ajuda do Pai para entender a Sua vontade quando cultivam a prática contínua de oração e adoração. Por isso a necessidade de ser cheio do Espírito Santo e falar uns aos outros com salmos, hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no nosso coração, isto é, em espírito e em verdade (Jo 4:4).

VII. QUEM ORA TEM
a. Humildade (cp. At 9:11; Fp 2:3 e 1Pe 5:6,7). A humildade segundo as Escrituras não é ter ou usar sempre uma roupa velha, o mesmo sapato, comer arroz e feijão, estudar na escola menos conhecida, andar de ônibus, a pé, bicicleta ou ter o Smartphone mais ultrapassado. Não é receber um adjetivo de inteligente, bonito (a), simpático (a) entre outros, e dizer que não é. Humildade na Bíblia é um sentimento de cumplicidade, submissão, consideração e empatia quanto ao próximo, colocando o valor, propósito e desejos deste acima do nosso: ´´Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade, cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um somente para o que é seu, mas cada qual também para o que é dos outros´´ - Fp 2:3,4. Cristo é o maior exemplo, porquanto sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, antes, considerou os propósitos de Deus acima dos seus e a si mesmo se esvaziou, tomando a forma de servo e humilhando-se até a morte de cruz (Fp 2:5-8). Esta é a verdadeira humildade e só através da oração podemos adquirí-la!

b. Amor (cp. 2Co 12:15 e Fp 1:9-11). Os que cultivam a oração por amor, colhem o amor pela oração. Estes desejam que mais e mais, o amor e a justiça se multipliquem no coração dos seus irmãos mesmo sendo menos amados por eles. Aqueles que oram provam amar a Deus e ao seu próximo, demonstram ter a justiça de Cristo gravada em seus corações porque observam a importância de orar por amar (Mt 5:38-44;7:12). 

c. Discernimento do que é de Deus e não é (At 16:17). É um privilégio apenas dos íntimos: discernir se tais coisas procedem de Deus. A oração nos aproxima de Deus e atrai o Espírito Santo, o único capaz de discernir e perscrutar as profundezas espirituais de Deus (1Co 5:10-15), por isso, quem se une ao Senhor é um espírito com ele (1Co 6:17), consequentemente, um no Pai e em seu filho Jesus Cristo (Jo 17:21-23).

d. Comunhão com Deus (Mt 6:6). A oração nos aproxima de Deus ao ponto de ter o direito de entrar em nosso quarto e invocá-lo livremente. Ter comunhão é sinônimo de partilhar sentimentos, emoções, fala de ter parte com Ele e ´´sentar-se a mesa´´ (Ap 3:19). 

e. Fome, sede, saudade de Deus (Tg 4:5). Quem ora é amigo íntimo e inseparável de Deus. Desses o Espírito Santo tem intenso ciúme, não um ciúme doentio, irrefreável ou danoso, e sim, um ciúme de saudade, indisposição quando ficamos divididos entre as vontades de Deus e da carne. Quem cultiva o hábito da oração não suporta ficar longe de Deus, sente saudade da Sua presença e fome / sede espiritual de Deus em sua alma. Estar longe de Deus para ele é como ser um peixe e estar fora da água.

CONCLUSÃO. A oração é de suma importância ao cristão tanto quanto a palavra de Deus. Entre ambos não há um mais importante, visto que são como a espada e o escudo de um guerreiro. Nenhum soldado tendo uma espada e um escudo para guerrear, usa apenas a espada e despreza seu escudo, ou desfazendo de sua espada prioriza seu escudo. Assim funciona com a oração e a palavra de Deus, são as indispensáveis armas do cristão que preservam-lhe a vida espiritual.


terça-feira, 10 de novembro de 2020

BATISMO COM ESPÍRITO SANTO OU COM FOGO?

Texto: Mateus 3:11

"Eu os batizo com água para arrependimento. Mas depois de mim vem alguém mais poderoso do que eu, tanto que não sou digno nem de levar as suas sandálias. Ele os batizará com o Espírito Santo e com fogo.´´

Verdade prática: Esse texto aparece também em  Mc 1:8 e Lc 3:16. Está no hall dos textos polêmicos do meio Pentecostal, isso graças a interpretação equívoca do texto bíblico e do seu contexto geral. 

INTRODUÇÃO

Primeiramente, o termo batismo vem do grego e significa imergir, mergulhar, neste caso, imergido ou mergulhado, no Espírito Santo ou no fogo. Segundo, a referência batismo -do gr. imergido, mergulhado; com ´´Espírito Santo e com fogo´´ ocorre apenas duas vezes, em Mt 3:11 e Lc 3:16, e em ambas aparece um grupo peculiar na pregação de João Batista. Contudo, tal descrição não aparece em Mc 1:8, At 1:5, isso porque tal grupo não estivera presente. Erros de interpretação na tentativa de explanar um texto bíblico ocorrem devido ao desconhecimento, má aplicação ou inobservância do Método de Estudo Sintético das Escrituras na interpretação do mesmo, bem como a Eisegese pessoal dos escritos sagrados em vez de Exegese bíblica. Portanto, este artigo vem com o intuito de colaborar com o bom diálogo e interpretação, a fim de contribuir com o entendimento nesta questão com base em referências bíblicas, bibliográficas e teológicas.

I- CONTEXTUALIZANDO COM LUCAS

1. A Exegese das Escrituras. Todo estudioso e intérprete bíblico deve conhecer algumas regras simples e básicas de hermenêutica. E uma dessas regras é que o próprio contexto define o sentido do versículo em questão, daí origina-se a frase ´´texto sem contexto vira pretexto´´, muito citada na IEPL pelo Pb. Mateus Lucas.  

2. Contextualizando o sermão de João Batista. Já no começo do capítulo, tanto nos evangelhos de Mateus como Lucas, João Batista se refere a um juízo vindouro de Deus sobre aqueles que praticam todo tipo de impiedade: "João dizia às multidões que saíam para serem batizadas por ele: "Raça de víboras! Quem lhes deu a ideia de fugir da ira que se aproxima?" (Lc 3:7). A ideia transmitida por João aqui é de serpentes fugindo de um incêndio numa floresta (Jr 21:14). E acrescenta: "O machado já está posto à raiz das árvores, e toda árvore que não der bom fruto será cortada e lançada ao fogo" (Lc 3:9). Indicando uma punição iminente.

3. Um sermão, dois públicos distintos. O início do capítulo esclarece que a mensagem de João era direcionada a dois grupos de pessoas: Aquelas que realmente estavam arrependidas e queriam o perdão de Deus; e aquelas que se auto justificavam por crerem que a obediência à Lei e por serem filhos de Abraão era garantia de Salvação: "Deem frutos que mostrem o arrependimento. E não comecem a dizer a si mesmos: ‘Abraão é nosso pai’. Pois eu lhes digo que destas pedras Deus pode fazer surgir filhos a Abraão." (Lc 3:8). Sendo assim, os dois grupos que se apresentaram a João foram:

i. Os ´´discipulandos´´. Eram os que se arrependiam, confessavam seus pecados e eram batizados por João Batista. Vinham de Jerusalém, da Judéia e de toda a província do Jordão para serem batizados por ele nas águas para perdão dos pecados (Mt 3:5,6). Embora a Bíblia não os intitule assim diretamente, uma coisa é certa: eles iam até João no deserto para buscarem de Deus o perdão dos seus pecados, assim, eles eram discipulados por ele para serem batizados nas águas, e posteriormente, pelo Espírito Santo por Jesus Cristo. A estes que se arrependiam e batizavam nas águas, outro batismo os aguardava segundo João: o batismo com Espírito Santo (At 19:1-7). Esse grupo era composto pelos que cumpririam os requisitos básicos de Cristo para ver e entrar no reino de Deus, porquanto, nasceriam de novo da água e do Espírito (Jo 3:3-5). Suas características eram:

a. Eram batizados para perdão dos pecados (Lc 3:3). Uma espécie de ´´estágio´´ para o batismo com Espírito Santo (Mt 3:3; At 19:4).

b. Confessavam seus pecados (Mt 3:6);

c. Produziam frutos de arrependimento (Mt 3:8).

d. Seriam batizados com o Espírito Santo (Mt 3:11; Mc 1:8; At 1:5);

e. Seriam como trigo ajuntado no celeiro ou árvore que produz frutos, por isso não é lançada ao fogo (Jó 5:26; Mt 3:12; Lc 3:16).

ii. Os ´´indiscipulandos´´. Estes se auto justificavam como forma de escape e eram compostos em maioria pelos fariseus, saduceus, contudo, também haviam publicanos e soldados (Lc 3:12,14). Criam que por serem filhos de Abraão e observarem a Lei fugiriam da ira de Deus. João alterou seu discurso a partir do momento que estes apareceram: ´´E, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus, que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura?´´ - Mt 3:7. Percebamos que no início do texto, que antes da chegada desse grupo, João ministrava o sermão ´´Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus.´´ - Mt 3:2; mas após a chegada deles, a pregação tomou a direção ´´ Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura? ... Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento;´´ Mt 3:7b,8. Ao contrário do grupo anterior, este precisava ainda produzir frutos de arrependimento. Ao invés disso, buscavam subterfúgios de escape alegando terem por pai a Abraão. Suas características eram:

a.  Não produziam frutos de arrependimento (Mt 3:8; Lc 3:8);

b.  Auto justificação mediante a Lei e filiação de Abraão como garantia de salvação (Mt 3:9; Lc 3:6-8);

c.  O machado está sobre sua raiz. A ausência de frutos (de arrependimento) fará com que seja cortado e lançado ao fogo (Mt 3:10; Lc 3:9);

d.  Seriam como a palha ou árvore sem frutos queimada ao fogo, com fogo que não se apagará (Mt 3:10,12; Lc 3:9,17);

e.  Seriam batizados, imergidos, lançados, mergulhados com fogo (Mt 3:11; Lc 3:16). Este fogo não fala de purificação ou santificação como o fogo é apresentado algumas vezes (Is 6:6; Zc 13:8.9; Ml 3:2-4), fala de juízo e condenação conforme o contexto da passagem (Mt 3:7; Lc 3:7) e a contextualização bíblica geral, primeiro método do estudo sintético das Escrituras, onde o fogo também é descrito como sinônimo de juízo e condenação aos que cometem a impiedade (Gn 19:24,25; Lv 10:1-3; Nm 11:1-3; Sl 21:8,9; Is 66:15,16,24; Am 5:6; Sf 1:18; Mt 25:41; Mc 9:43-45,48; Hb 10:26,27, etc.).

II- CONTEXTUALIZANDO BIBLICAMENTE

1. Bíblia de Estudo Genebra. Quanto ao fogo, A Bíblia de Estudo Genebra traz o seguinte comentário em Lc 3.16: “O batismo com fogo aponta para o juízo (v.9 nota). A pá para limpar sua eira’ é outro símbolo para o juízo (v. 17)...”.

2. Bíblia de Estudo NVI.  A Bíblia de Estudo NVI assim comenta o mesmo texto: “... e com fogo. Aqui, o fogo está associado ao juízo (v.17)...”.

3. Bíblia de Estudo Plenitude.  A Bíblia de Estudo Plenitude, de orientação pentecostal em Lc 3:16 remete ao comentário de Mt 3:1, que diz o seguinte:

“O batismo de João é um tipo de experiência de salvação de ser batizado no Espírito. Como o batismo de João colocava o indivíduo dentro da água, o batismo de Jesus coloca o cristão no Espírito, identificando-o como totalmente ligado ao Senhor. O fogo purifica ou destrói. Portanto, a salvação em Jesus Cristo será purificadora para os verdadeiros judeus que o aceitarem como o Messias, e destruidora para aqueles que o rejeitarem.”

4. Bíblia de Estudo Shedd. A Bíblia de Estudo Shedd traz consigo a seguinte nota: “... Fogo. O contexto (17) parece exigir o sentido de prova, de  julgamento (Lc 12.39-53; 1 Co 3.13).”  A Bíblia em Mt 3.11 ainda traz o comentário: “Com o Espírito Santo e com fogo. Refere-se ao ministério espiritual de Cristo. Sua obra começou acompanhada pela energia sobrenatural do Espírito Santo, colhendo-se algum ‘trigo’ (os fiéis), e revelando-se quem seria ‘palha’ para julgamento. A doutrina do batismo no Espírito Santo não recebe luzes neste trecho, pois o assunto pertence à época posterior à ressurreição de Jesus (1Co 12.13)".  

III- CONTEXTUALIZANDO TEOLOGICAMENTE

1. Charlie C. Ryrie. Grande comentarista bíblico, autor da Bíblia de estudo anotada, na versão expandida, traz a seguinte informação: ´´fogo. Provavelmente uma referência aos julgamentos associados á segunda vinda de Cristo. O batismo com o Espírito Santo ocorreu no dia de Pentecostes, ao passo de que o batismo com fogo se refere aos juízo que acompanharão a segunda vinda de Cristo.´´

2. John F. MacArthur. Na sua Bíblia de Estudo traz a seguinte nota de rodapé: ´´com fogo. Pelo fato de, nesse contexto, o fogo ser usado como meio de punição (v. 9), isso é provavelmente uma referência a um batismo de castigo sobre os ímpios.´´

3. R. N. Champlin. Em sua obra “O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo”, relaciona Lc 3.16 com o comentário de Mt 3.11: ´´...Há várias interpretações dessas palavras: 1. Alguns acham que aqui temos dois batismos, um do Espírito e outro de fogo, e que esse último fala de juízo, provavelmente até de inferno. Assim interpretaram Orígenes e outros pais da igreja...alguns bons intérpretes reputam esse batismo de fogo como algo que se refere ao juízo."

CONCLUSÃO. Batismo com Espírito Santo ou com fogo? Isso depende de qual grupo fazemos parte, se dos ´´discipulandos´´ ou ´´indiscipulandos´´. O fato é que para sermos salvos da ira de Deus, de queimar como palha ou árvore lançada, imergida no fogo, precisamos nos arrepender dos pecados e então, nascer da água e do Espírito. Mas, então por que a referência ao fogo em Atos 2? Não seria o cumprimento da Palavra de João Batista: "com o Espírito Santo e com fogo"? Lucas não disse que as línguas eram de fogo ou que desceu fogo literal do céu, mas que pareciam "línguas como que de fogo". Ele utilizou uma linguagem comparativa, ou seja, uma analogia, para repassar de uma maneira compreensível aquilo que estava além da compreensão humana, que as línguas foram distribuídas, vieram se espalhando, tomando proporção aonde estavam os discípulos e concentrando-se sobre cada um deles como fogo quando se alastra (Êx 22:6). 

REFERÊNCIAS

NOGUEIRA; Prof. Saulo. O que significa batismo com fogo em Lucas 3.16? Disponível em: https://sites.google.com/site/teologiatextos/o-que-significa-batismo-com-fogo. Acessado em: 09/11/2020.

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