TEXTO: Mateus 24:20
´´Orem para que a fuga de vocês não aconteça no inverno nem no sábado´´
Verdade prática: Jesus fez essa afirmação a fim de orientar-nos sobre a real dificuldade de fugir de uma guerra (retratando o fim dos tempos), num período onde o natural seria estar aconchegado do frio (inverno) ou descansando (sábado).
INTRODUÇÃO: A dificuldade de fugir de uma guerra iminente é muito maior quando o normal seria estar aconchegado ou descansando. Mesmo no sábado bíblico, muitos sequer saiam de suas casas, já que não era permitido trabalhar, então a maioria ficava em casa com a família, descansando. Vale ressaltar: Jesus fez essa afirmação durante o ´´Sermão Escatológico´´, isto é, do Princípio das dores. Portanto, o contexto da passagem nos obriga a considerar dois elementos primordiais, tanto do sermão, quanto da sua aplicação, são eles: o anúncio de uma ruína (Jerusalém, que seria sitiada em 70 d.C) e o fim de uma época (retratando a ruína do mundo e o fim da época que conhecemos). Neste artigo, você entenderá à luz das Escrituras, os perigos da fuga de uma guerra (fim dos tempos) durante o inverno (espiritual) e suas implicações.
I - A REALIDADE DA GUERRA E O FIM DOS TEMPOS
1. A dinâmica da guerra. Mt 24:20 está na descrição da grande tribulação de Jerusalém, remetendo a recordação das dificuldades pelas quais a cidade passou, principalmente a conquista Babilônica, 5 séculos antes de Cristo. Assim, o contexto histórico e bíblico, nos permitem interpretar o versículo à partir da dinâmica da guerra: As antigas cidades eram bem fortificadas, cercadas por muralhas e bem munidas, enquanto segura, era a garantia de vida aos cidadãos; fora dela ninguém estava protegido. Mas quando essa cidade era conquistada, os habitantes precisavam fugir na esperança de se salvarem. Assim será com os cristãos: os habitantes que quiserem salvação, deverão fugir com Cristo desse mundo, antes que ele seja tomado pelo anticristo na grande tribulação.
2. A guerra e o
sábado. Era necessário caminhar muito para
escapar, muito mais daquilo que era permitido em um dia de sábado para um judeu praticante. No sábado, o judeu pode
percorrer somente cerca de mil metros (Atos 1:12); caminhar mais do que isso
era pecado e algo que ninguém desejaria para
um judeu, mesmo em tempo de guerra. Nossa fuga desse mundo em um sábado seria
perigosa, visto que sucederia num dia que muitos não esperam, por ser um dia de
descanso, seria um ´´fator surpresa´´ para muitos.
3. A guerra e o
inverno. Como a região palestina era coberta pelo
paisagismo árido, naturalmente, à noite ou no inverno todo o calor era convertido em massa de ar fria, quase
congelante. O próprio solo que antes rachava de calor, passava a rachar de frio. Por isso, o inverno retrata outra situação complicada, pois
costuma ser bem rígido na Palestina.
Assim, abandonar a cidade, às pressas, significava não poder levar muita roupa, alimentos e utensílios necessários para o frio.
II- PERIGOS DO INVERNO ESPIRITUAL
1. Preguiça
(Pv 20:4). Quem quer fazer alguma coisa no
frio? Nele a preguiça ataca, a principal implicação do inverno
espiritual. Ele barra os trabalhos,
congela na presença de Deus, tira os ânimos, atrofia os músculos, paralisa
ministerialmente e inclusive, impede o culto a Deus fazendo com que o indivíduo deixe de congregar (Hb 10:25). Pois,
no inverno, muitos preocupam-se mais em se manter aquecidos, despreocupados com as tarefas, confortados em
seus lares e supridos de alimentos estocados.
2. Perda de apetite (Pv 19:15). Quem gosta
de cozinhar no frio? Muitos preferem deixar de se alimentar do que
preparar o alimento. Assim, como decorrência da preguiça em meio ao inverno, o
segundo sintoma da hibernação espiritual é a falta de fome. Jesus ensina
que o homem não vive apenas do pão físico (Mt 4:4), mas principalmente, do pão
espiritual, que é Ele mesmo (Jo 6:48-59) e a palavra de Deus (Am
8:11,12).
Há muitos fracos e doentes, não fisicamente, mas espiritualmente, com anemia ou aterosclerose espiritual (1Co 11:30), por isso, para não morrer congelado em meio a essa frieza, é necessário bom ânimo, vitória sobre a preguiça e alimento de Deus com hinos, cânticos, louvores, oração e palavra (Jo 16:33; Ef 5:18-20).
3. Relaxo com a higiene (Is 1:16; Jo 15:3). Quem quer mexer com água no frio? Assim é no inverno espiritual. Para se apresentar a Deus no tabernáculo, os sacerdotes e qualquer pessoa cerimonialmente imunda para ser declarada limpa, precisavam se banhar em água (Lv 16:4). Paulo nos exorta a purificar nossas impurezas através da santificação (2Co 7:1). Isaías leva o povo à reflexão de suas impurezas e maldades (Is 1:16). Somos limpos pela palavra (Jo 15:3; Ef 5:25,26), pelo sangue de Cristo (1Jo 1:7). Ele é a fonte de água que nos purifica de todo pecado (compare Ez 47:3-6 com Jo 4:13,14; 7:37,38). Deus é santo, por isso, seus servos devem manter a higiene espiritual em dia, para apresentar-se a Ele aprovados.
CONCLUSÃO: A hibernação espiritual é um agravante a qualquer cristão que aguarda a vinda do Senhor, por isso, é preciso manter o sangue aquecido através da atividade contínua, isto é, manter a atividade espiritual para não morrer congelados. Portanto, devemos orar para que nossa fuga não ocorra no inverno porquê, no inverno ou sábado, muitos serão tomados pela preguiça, anemia e sujeira espiritual, visto estarem preocupados demais com seu conforto e descanso nesse mundo.
REFERÊNCIAS
A BÍBLIA.ORG. Quando leio Mateus 24,20
não entendo: orai para que a vossa fuga
não suceda no inverno nem no sábado. Disponível em: https://www.abiblia.org/ver.php?id=10236. Acessado em:
30/06/2021.