domingo, 9 de agosto de 2020

A DIVISÃO E A INSTALAÇÃO DA IDOLATRIA EM ISRAEL

SALOMÃO: O INÍCIO DA IDOLATRIA E A ORIGEM DE UMA REVOLTA  

Para compreender o início da idolatria em meio ao povo de Israel após a morte de Davi, é preciso voltar nos dias de seu sucessor. Salomão amou muitas mulheres estrangeiras: moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e heteias, dentre as quais possuiu setecentas princesas e trezentas concubinas, ao passo que perverteram-lhe o coração (1Rs 11:1-3). Salomão seguiu a Astarote e não perseverou em seguir ao Senhor como Davi, seu pai. Edificou inclusive um altar a Quemos – deus dos moabitas, sobre o monte adiante a Jerusalém e a Moloque- dos amonitas. Assim desviou-se o coração de Salomão após os outros deuses de todas as suas mulheres estrangeiras. Com isso Deus levantou adversários contra Salomão. 

O primeiro foi Hadade, o edomita da estirpe real, que sobreviveu quando esteve Davi com Joabe em Edom e fugiu com alguns homens edomitas rumo ao Egito (1Rs 11:14-17). Conseguiu a confiança do faraó, uma esposa egípcia e posses. Mas ao ouvir Hadade que Davi falecera, e Joabe também, logo retornou (1Rs 11:18-22). 

O segundo adversário foi Rezom, que fugiu de seu senhor Hadadezer, rei de Zobá quando Davi destruiu seus concidadãos (2Sm 8:3). Ele ajuntou homens e se fez comandante de um esquadrão; onde tais rebeldes foram para Damasco, onde habitaram em Damasco na Síria, onde o fizeram rei. Rezom foi adversário de Israel por todos os dias de Salomão, acrescentando o mal que Hadade fazia (1Rs 11:23-25).

Salomão também enfrentou problemas interiores e o principal deles culminou com a revolta de um de seus servos: Jeroboão I, filho de Nebate. Ao que tudo indica, a revolta foi causada pela cerviz imposta por Salomão, que segundo Jeroboão era de caráter duro e jugo pesado (1Sm 8:11,18; 1Rs 12:4).

JEROBOÃO I: A IMPIEDADE E A INSTALAÇÃO DA IDOLATRIA EM ISRAEL

Nos dias das fronteiras de Salomão, Jeroboão I (930-909 a.C) fugiu para o Egito após rebelar-se contra ele (1Rs 11:26). Salomão procurou Jeroboão I com a intenção de matá-lo devido a suas reivindicações, porém, sem sucesso até o fim do seus dias. 

Ao morrer Salomão e Roboão, seu filho, reinar em seu lugar, Jeroboão I retornou do Egito e uniu-se a outros representantes das tribos do norte, os quais pediram e Roboão que aliviasse a severa política dos trabalhos forçados de seu pai (1Rs 12:1-24). Após três dias de discussão, Roboão recusa o pedido e ameaça condições ainda piores. Em virtude dessa atitude, Jeroboão I liderou uma rebelião contra a casa de Davi e tornou-se rei sobre as dez tribos do norte, cumprindo-se a profecia de Aías o selonita (1Rs 11:29-31). 

A Bíblia não reprova Jeroboão I por essa rebelião, na verdade, indica que ele tinha motivos devido a Roboão acrescentar mais dificuldade aos trabalhadores. Em duas ocasiões o Senhor aprovou Jeroboão I como rei das tribos do norte: Ao prometer-lhe um reino tão duradouro quanto à linhagem de Davi, desde que fosse fiel (1Rs 11:38) e quando Roboão reuniu e preparou tropas para atacá-lo, até que o profeta Semaías ordenou em nome do Senhor que voltassem (1Rs 12:24). Contudo os problemas surgiram para Jeroboão. 

Ele ficou preocupado com a possibilidade de seu povo voltar-se para a casa de Davi, se frequentasse o templo em Jerusalém para adorar ao Senhor (1Rs 12:26,27). Devido a essa preocupação, inaugurou dois centros de ´´culto alternativo´´, um em Betel (alguns quilômetros ao Norte de Jerusalém) e outro no extremo norte de Israel (região de dã). Essa atitude não foi simplesmente contra Roboão como forma de repúdio, mas principalmente um desafio contra o Senhor, que estabelecera o Templo em Jerusalém como o lugar de sua presença especial e único local de adoração, ou seja, oficial e exclusivo (1Rs 8:27-30). No local dos dois pontos de culto alternativo, Jeroboão I erigiu bezerros de ouro, em Betel e Dã, pronunciando as preminescentes palavras de Arão (Êx 32:4,5): ´´Vês aqui teus deuses, ó Israel, que te fizeram subir da terra do Egito´´ (1Rs 12:28). Além disso Jeroboão misturou a adoração a Deus com o culto a baal. Ele também construiu altares em vários lugares altos por todo o reino. Nomeou seus sacerdotes e criou suas próprias festas de adoração (1Rs 12:31-33).

A falsa religião criada por Jeroboão suscitou a ira de Deus contra ele. Assim, Deus envia um profeta anônimo que veio de Judá para anunciar que um rei chamado Josias um dia destruiria o altar de Betel (1Rs 13:2,3). Esta predição se cumpriu Josias estendeu sua reforma religiosa também a Israel, reino do norte (2Rs 23:15). Além disso, o próprio Aías que proferira boas novas de Jeroboão (1Rs 11:29-39), anunciou que as ações do rei trariam desastre sobre sua dinastia (1Rs 14:1-16). Essa profecia se cumpriu quando Baasa assassinou o filho de Jeroboão, Nadabe e o resto de sua família (1Rs 15:27,28). Assim como Davi era o modelo de rei íntegro, Jeroboão era o modelo de monarca ímpio, que frequentemente todos os demais governantes do reino do norte eram comparados com ele, mencionando-se que o rei ´´andou em todos os caminhos de Jeroboão´´ (1Rs 16:26; 2Rs 14:24). A lembrança constante desse pecado indica a forma como Deus tratou contra a idolatria durante toda a história de Israel.

 

REFERÊNCIAS

GARDNER; Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. A história de todos os personagens da Bíblia. Tradução: Josué Ribeiro. São Paulo: Editora Vida. 1 Ed.2005. 674 pgs.

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